quinta-feira, 22 de julho de 2010

Diário de bordo: quebra de paradigma

Hoje o dia foi esdrúxulo, de várias formas. Uma que eu realmente consegui dormir mais de oito horas, nas férias. Outra que eu acordei com incrível disposição, que se manteve até agora (senão com certeza não leria isso). Acontece que eu estive hibernando com o frio dessa última frente que nos assolou o nariz e a boca, e com o sol nascendo novamente e a lua se descolando do céu infinitamente escuro, aguçou-me o sentido de que ainda existe natureza, ainda que longínqua, nessa cidade. Quanto tempo faz que eu não respiro a noite enluarada deitado em um tapete verde cheirando a relva? Parece que nada disso existia até então, quando me dei por conta de que a felicidade se esconde por cima dessa camada de poluição que me esmaga. Enfim, não somente a presença escaldante do sol ou radiante da lua resultaram nessa estranha beleza de tudo.
Mas agora está tarde pra falar sobre elas. Um outro dia, sim.