segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Paixão clandestina.

Ela é magnífica. Maior beleza ou pureza jamais encontrarei na minha vida. Das quatro que eu podia pegar, ela me encantou. Acordo, ela me chama. Vou ao trabalho, sinto sua falta... Não há mais dias infelizes, com ela a minha vida ganhou uma nova programação. As baladas, a vida vil e insana que levava sem ela me fazem ver como havia perdido tempo com desnecessidades. Quanta beleza e informação ela esbanja! Passaria horas a fio vidrado nos seus olhos, e ainda assim teria prazer em enxergar cada vez mais o contraste e a nitidez de sua íris. Ela me apaixona, sempre. Basta um toque, um aperto de mão e eu logo perco o controle. Sinto meu coração vibrar só com seus sussurros, pois é tão forte seu timbre que qualquer som da natureza é realçado vindo dela. Eu gozo de alegria, ainda que não a tenha ganhado por completo. Muitos me praguejam por achar errado eu tê-la comprado de um mercador internacional, ilegalmente. Mas é assim que eu consigo sustentar meus vícios. Infelizmente a sociedade não me dá outra escolha. Ela é tão nova que seria um pecado deixá-la solta num mundo cheio de perigos e decepções. E outra: eu estou consciente de contribuir para o bem ambiental, já que nunca vou deixá-la cometer qualquer atrocidade à natureza. Ela é inteligente o bastante para me respeitar; e eu, esperto o suficiente pra não a deixar me seduzir.