terça-feira, 22 de junho de 2010

Adonis Mink I

Fazia tempo que não dormia. É essa sensação que me traz aqui, querido blog, pra que tenha o prazer de degustar de minha insônia. Provável falta fizera em minha tão conturbada vida, cheia de corredores claustrofóbicos e caminhos a escolher. Fato é que, agora de férias, posso reavivar a memória de meus tormentos noturnos pela busca de sentido dentro da madrugada. Não são as férias, pois acordo hoje ainda cedo; não são memórias perdidas, pois as tenho claramente leves de maneira talvez nunca antes tão óbvias; são, sim, disso tenho certeza, verdadeiras dificuldades em se conjugar um postezinho sequer que me arrebente essa inquietação. Um verdadeiro mar de areia, cercado por um imenso edredon que sobreaqueceu minha seca palavra escrita. No ímpeto levantei correndo para degustar do açúcar de minha fabulosa geléia minguante, e o fiz. Talvez sem ela não teria sequer tido forças para ligar pra você, meu amigo. Acontece que desses dias tenho travado intensas batalhas contra o meu eu, que me desafia a cada instante. E vejo quão magnífico podemos ser se nos conquistamos a nós mesmos, arraigados na vontade do poder supremo diante de nossa humana necessidade. O homem cresce a cada pôr-do-sol, se do horizonte enxerga o vão pra outros sistemas. Desde minhas andanças pelas terras perdidas desse pequeno mundo grande, passei a pensar de maneira distinta: não mais em coletivo, não mais no subjuntivo, mas numa imensa solidão torácica que sufoca qualquer viés comum a outros seres.
Mas não posso conjugar isso aqui, acredito ainda não haver post capaz de entender.

Saudações, meu amigo. Durma bem.